ETFs de Bitcoin registram saída de US$ 194 milhões em duas semanas
Os ETFs de Bitcoin à vista passaram por um momento curioso recentemente, registrando saques significativos. Na quinta-feira (4), US$ 194,6 milhões deixaram esses fundos, com a BlackRock liderando a lista. O IBIT, o maior ETF de Bitcoin do mundo, foi responsável por US$ 113 milhões desses saques, de acordo com dados da Farside Investors.
Antes disso, o cenário não era tão sombrio. Na quarta-feira (3), os ETFs tinham perdido apenas US$ 14,9 milhões, mas haviam registrado cinco dias seguidos de entradas positivas. Agora, enquanto isso acontece, o Bitcoin teve uma leve queda, de 2,1% nas últimas 24 horas, se estabelecendo em US$ 91.204. Nos últimos sete dias, a queda é de apenas 0,7%, embora, no acumulado do mês, a situação seja mais preocupante, com um recuo de 10,5%, segundo dados do CoinGecko.
O que está por trás dos saques?
Esses saques podem ser um indicativo de que investidores estão desfazendo posições alavancadas e o que chamamos de basis trades. Essa estratégia, conforme explica Illia Otychenko, analista-chefe da exchange CEX.IO, envolve instituições como bancos e fundos de hedge que compram ETFs de Bitcoin à vista enquanto vendem Bitcoin a descoberto.
Neste tipo de operação, o objetivo é garantir um lucro seguro, mas analistas, incluindo Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, já apontaram essa prática como uma das razões para os recentes puxões nas saídas dos ETFs de Bitcoin.
Rajiv Sawhney, da Wave Digital Assets International, também acredita que a pressão vendedora vem dessas instituições desfazendo seus trades, mas prevê que esse movimento pode estar se aproximando do fim. Ele menciona que era de se esperar uma correção, e que aos poucos o mercado deve se estabilizar conforme avançamos para o novo ano.
Otychenko, por sua vez, aponta que fatores macroeconômicos também podem estar influenciando os saques. “Os mercados estão precificando uma possível alta de juros pelo Banco do Japão, o que está pressionando a estratégia de yen carry trade”, explica. Essa estratégia é comum entre traders que pegam dinheiro emprestado a taxas baixas no Japão para operar em outros mercados.
Ele lembra que, em períodos anteriores, como em agosto de 2024 e fevereiro de 2025, o Bitcoin também apresentou quedas significativas e aumento nos saques de ETFs devido a preocupações semelhantes no ambiente do yen carry trade.





